Resumo do livro “Storytelling com Dados”, de Cole Nussbaumer Knaflic
Findando mais uma leitura de 2022. Só trago os resumos dos que eu recomendo. Certamente esse é mais um que posso recomendar com bastante propriedade. Eu não só o li, como o estudei de ponta a ponta. E já comecei a aplicar os aprendizados, na prática, em meu trabalho.
A autora, Cole Nussbaumer Knaflic, é referência no assunto e analisa dados há quase duas décadas. Ela já trabalhou no Google na liderança de projetos importantes envolvendo inteligência de dados. Tem ainda um blog onde ela escreve sobre o assunto e se tornou hoje um dos mais procurados no mundo inteiro sobre isso: www.storytellingwithdata.com.
Este livro foi feito para pessoas que precisam comunicar qualquer coisa a qualquer um usando dados. Verdadeiramente um livro feito para profissionais de negócios.
Embora a tecnologia tenha expandido nosso acesso e a proficiência em ferramentas para trabalhar com dados, ainda há lacunas nas habilidades. Muitas pessoas confiam muito nas ferramentas e esquecem de trabalhar as suas habilidades. É aqui que a autora transita durante todo o livro: nas habilidades.
Há uma história em seus dados. Você sabe disso? Em qualquer dado há uma história.
A autora fala de casos práticos de como ela aprendeu a contar histórias com dados e como ela faz isso hoje de forma eficiente.
Ela traz 6 lições de como você pode contar histórias com dados:
1- Entenda o contexto;
2- Escolha uma apresentação visual adequada;
3- Elimine a saturação;
4- Foque a atenção onde você deseja;
5- Pense como um designer;
6- Conte uma história.
No livro, a Nussbaumer fala de diferenças cirúrgicas entre a análise exploratória e a explanatória. A maioria das pessoas, que não entende essas diferenças, simplesmente apresenta os dados com base na análise exploratória, quando deveriam apresentar ao público utilizando a análise explanatória.
As formas de apresentar os dados através de gráficos e os detalhes do visual, destacando as diferenças de cada um deles, também são muito exploradas pela autora.
São muitas páginas do livro que ela dedica só para falar de tipos de gráficos e os impactos que cada um causa na apresentação dos dados. Ela entra também para a questão da saturação, que é algo que as pessoas não observam e que atrapalha no entendimento do público em apresentações.
A atenção do público e a forma como trabalhamos a entrega dos dados são mostradas pela autora sob o ponto de vista da memória. Os tipos de memória: icônica, de curto prazo e longo prazo. Ela apresenta exemplos de como atingir o público sob a ótica de cada tipo de memória. Afinal de contas o que vale mesmo é o que ficará na cabeça das pessoas depois da apresentação.
Pense como um designer. O princípio do design de produtos tem aplicação clara na comunicação com dados. A autora explora esse ponto demonstrando que você não precisa ser um designer para atrair a atenção com a sua comunicação com os dados, mas você pode pensar como ele. E até deve fazer isso.
Ela mostra no livro quais estratégias podem ser aplicadas para obter melhor atenção do público dentro dessa visão, baseando-se em três pilares: affordances, acessibilidade e estética. Busque conhecer mais sobre esses pontos. Vai fazer toda a diferença pra você.
Na minha opinião, a melhor parte do livro está do meio para o fim. É quando a autora deixa várias lições sobre o storytelling.
Muitas pessoas hoje gostam de falar de storytelling, mas a maior parte delas transita em conhecimentos rasos. Inclusive eu, pois ainda estou me aprofundando sobre o assunto. Eu vi que estou bem raso ainda, preciso estudar bastante sobre. A autora aprofunda bem o tema com dicas práticas, insights que ela aprendeu na prática. Traz tudo “esmiuçado” para nós.
Um outro trecho interessante é quando a autora fala da importância da repetição, para que o que estamos comunicando ao público entre na memória de longo prazo dos nossos interlocutores. Ela usa um conceito chamado “Bing, Bang, Bongo”, que aprendeu com um professor de inglês.
A ideia é que você deve dizer primeiro ao seu público o que contará a ele — “Bing”; Então você conta a ele — “Bang”; em seguida você encerra com um resumo, uma conclusão clara — “Bongo”. Parece óbvio depois que a gente aprende, né? No livro ela detalha mais sobre cada momento desses.
Por fim a autora transita ainda em vários estudos de casos, apontando defeitos e qualidades. O mais interessante é o nível de profundidade dessas análises. Isso nos faz olhar de maneira mais cirúrgica sobre como devemos apresentar ao público nossos dados. Há muitas possibilidades!
Cole Nussbaumer Knaflic mostra em todo o livro que a visualização de dados é como uma intersecção entre a ciência e a arte. Um livro bastante didático, com muitas ilustrações e que certamente eleva a outro nível quem resolver aplicar os aprendizados nele contidos.
Recomendo muito a leitura para profissionais de negócios, analistas de dados, executivos, palestrantes, consultores e designers em geral.